“Já passou da hora de pensar, informar e proporcionar acesso sobre direitos sexuais de mulheres cis e trans e direitos reprodutivos de todos os corpos uterinos”

PorcaFlor é multiartista baiana, radicada em João Pessoa/PB

Conversamos com PorcaFlor sobre sua arte, sua trajetória e sua participação no Concurso de Expressões Artísticas Pela Vida das Mulheres. Porca é uma multiartista nascida na cidade de Ipiaú, interior da Bahia, é bacharel em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes da UFBA e formada por experiências coletivas e espaços autônomos. Travesti, ela se define como monxtra e nômade. Atualmente radicada em João Pessoa, ela também é tatuadora e interventora urbana. Usa a arte como meio de transformação e afirmação identitária, simbólica e corporal, onde investiga rasuras de gênero, racialidade e poéticas sexo dissidentes para acessar conhecimentos invisíveis, futuros, rupestres e ancestrais.

Sobre suas referências, Porca comenta que cada dia que passa tem criado mais abuso pela chamada belas artes, vê como algo meramente contemplativo a perspectiva colonizatória que a “história da arte” nos conta. Ela cita a escritora Lama que em seu livro lhe escreveu como dedicatória que “referência se constrói em rede”. Então, Porca traz a reflexão que um pouco do que lhe toca e atravessa são coletivos, trazendo exemplos de artistas como Dhuzati, Casa Monxtra, Casa Bevenutty, Casa da Baixa Costura, BNA, PDA e outres artistas e atrozes como Phil Menezes, Zona +1, Bruna Kury, Akuenda Translebixa, Vulkanika PoukaRoupa e muitas outres. Também destaca a cena Balroom e a manifestação da pichação e do grafite nos centros urbanos.

PorcaFlor também fala sobre a sociedade em que vivemos já passou da hora de pensar, informar e proporcionar acesso sobre direitos sexuais de mulheres cis e trans e direitos reprodutivos de todos os corpos uterinos. Também destaca que a sexualidade e a reprodução são mecanismos patriarcais usados para regulamentar nossos corpos, então discutir e lutar por DSDR é lutar pela autonomia e emacipação de nossas vidas e corpos. E complementa afirmando que “é de fundamental importância desenvolver e visibilizar mais coletivos e ações formativas acerca dos DSDR, pois estaremos trabalhando em função da nossa emancipação.”

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