Natural de Campina Grande, Yohanna Passos é uma das contempladas no Concurso de Expressões Artísticas Pela Vida das Mulheres, promovido pela Cunhã. Ela teve seu primeiro contato com a arte ainda na infância, através da dança, música e capoeira. A partir daí, passou a estudar intensamente ballet clássico no Stúdio de Dança Fernanda Barreto. Na capoeira passou a integrar o Grupo Luanda da Paraíba e estudar bateria no Centro Cultural Lourdes Ramalho com o Carlos Ysnay. Também conheceu a percussão através do grupo Maracagrande e o Grupo Cultural Baque Virado da Borborema. “Era perceptível minha queda pela parte musical da Capoeira e foi isso que me aproximou da Cultura Popular e Regional Paraibana, também fui discente em cursos ou aulas avulsas de percussão com Erivan Percussa, Lígia Vieira, Escurinho, Mestre João Afojubá e Mestre Baixinho do Pandeiro”, afirma Yohana.
Atualmente ela constrói um projeto artístico e musical independente, junto com David Guedes, o “Ilú Orin” que conta com dois trabalhos: o EP “Iniciação da Magia Negra” e o álbum “Universo em seus Sinônimos”. Artista multifacetada, além das produções acima, Yohana também é DJ tocando em eventos culturais pela Casa da Baixa Costura, casa pioneira na cultura balroom na Paraíba e tem como mother Dorot Ruanne. É neste espaço que a artista se aproxima podendo conhecer um outro lado das Artes Cênicas, o da performance teatral, agregando a poesia a suas obras. Além disso, a atuação na cultura balroom adentra em suas pesquisas de danças em diáspora africana como o voguing, popping, dança afro, coco e maracatu. “Busco nas produções culturais e nas produções audiovisuais um intercâmbio de arte e artistas e uma reflexão acerca de políticas públicas sociais, raciais, de gênero e sobre prevenção ambiental”, disse. Para Yohanna a arte é sua principal fonte de expressão, de renda e de aprofundação nos estudos e em sua atuação profissional. Suas principais referências são a cultura popular, afro-brasileira e urbana.
Sobre os Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, Yohana fala sobre a importância de impulsionar o conhecimento mais aprofundado sobre cuidados com nossos corpos e termos diálogos mais abertos, sem estereótipos e que sejam frequentes, a exemplo das DST’s, higienização íntima e prevenção à infecções sexualmente transmissíveis (IST’s), doenças ginecológicas, prevenção a gravidez, atenção ao abortamento e educação menstrual. Ainda completa trazendo a questão da falta de acesso da população à educação sexual e reprodutiva. “Muitas vezes vivenciam determinadas violências e constrangimentos sem ao menos entender do que se trata e sem saber pedir ajuda. Além disso, é necessário observar a situação de desigualdade social relacionada ao gênero e a sexualidade, para que seja possível a diminuição da violência doméstica, da segregação, do preconceito, da violência sexual e da violência obstétrica, que tornam-se mais intensas quando se trata de pessoas negras”, conclui.